Os advogados do empresário Roberto Santiago declararam que a demora na soltura do cliente teria ocorrido em decorrência de um interesse do Ministério Público numa possível colaboração do réu.
De acordo com a defesa de Santiago, o MP estaria querendo que ele falasse algo de que não tem conhecimento, já que segundo os advogados não há nada a ser declarado.
Rebatendo as declarações, o coordenador do Gaeco, Octavio Paulo Neto disse desconhecer que os motivos sejam esses.
Em entrevista ao Correio Debate nesta terça-feira, o coordenador apontou que a negativa nos pedidos de soltura feitos pela defesa do empresário aconteceram em várias instâncias. Ele disse ainda desconhecer tal interesse de todos esses órgãos na colaboração do investigado.
““Na verdade sobre a decisão do presidente Toffoli, dada no plantão, tenho muito pouco a dizer. Conquanto vejo que a defesa, e parte da imprensa, foram infelizes ao comentar uma medida judicial, confirmada em várias instâncias, por vários atores, como sendo uma medida que tinha por escopo obter uma colaboração, na verdade tais informações me parecem uma ação voltada a desqualificar as ações empreendidas, uma vez que as mesmas não visam obter a colaboração, de quem quer que seja , elas existem por razões legais devidamente fundamentadas e cansativamente reconhecidas. Demais disso a colaboração exige uma bilateralidade, logo não é um direito subjetivo do investigado ou acusado, a colaboração deve conter reais benefícios para persecução penal, outrossim deve ter lastro na legislação de regência, assim desconheço qualquer interesse dos órgãos de persecução numa colaboração do investigado” declarou.