Essa é mais uma da série, perguntar não ofende. Por que nenhum aliado, correligionário, apoiador ou parceiro do deputado federal Wilson Filho (PTB) saiu em defesa ou lançou uma nota de solidariedade em apoio ao parlamentar, após ele ter sido citado na mídia nacional como um dos alvos da Operação Espúrio, da Polícia Federal, em Brasília, que investiga fraudes no Ministério do Trabalho?
O gabinete do paraibano e de outros dois parlamentares foram vasculhados, semana passada, pelos federais. Wilson lançou uma nota, negando qualquer envolvimento com o esquema e, logo depois, apenas seu pai, se manifestou publicamente, afirmando que o filho era inocente e candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa da Paraíba, no pleito desse ano.
Segundo as investigações, o núcleo político do esquema teria como participantes o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, do mesmo partido de Wilson.
Ao todo, a operação batizada de Registro Espúrio cumpriu 64 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária, além de outras medidas cautelares.
As apurações começaram há um ano, segundo a PF. Os alvos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, as investigações revelaram “um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares”.
Na Paraíba, Wilson, que já estava com a trajetória política abalada por ter que mudar os planos da reeleição, agora também sofre um duro golpe por não receber sequer a solidariedade pública de nenhum correligionário.
Se a vida política do parlamentar será afetada, só as urnas poderão dizer.