O Baú do Ninja desta segunda-feira (20) relembra a reportagem do Fantástico do dia 3 de fevereiro de 2019 sobre o escândalo bilionário da Cruz Vermelha que teria mobilizado mais de R$ 1,7 bilhão. Só na Paraíba, onde terceirizou o Hospital de Trauma de João Pessoa, desde julho de 2011, a ONG teria faturado mais de R$ 1 bilhão.
Daniel Gomes foi preso pela Polícia Federal dentro de um avião, no Rio de Janeiro, em um voo internacional quando voltava de Portugal. Mais dez pessoas foram presas no Rio de Janeiro e na Paraíba na Operação Calvário, entre elas empresários acusados de fazer parte do esquema.
A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais.
Confira o vídeo:
Na época o Governo do Estado da Paraíba deu a seguinte resposta à imprensa: “O governo reafirma sua posição em continuar trabalhando para assegurar a manutenção da qualidade da prestação de serviços em todas as unidades hospitalares em funcionamento sob contratos com organizações sociais, protegendo a gestão e a aplicação correta dos recursos públicos. Como se sabe, os hospitais de alta complexidade na Paraíba atingiram patamares de qualidade muito diferentes do que registravam antes de 2011. E, neste sentido, o Governo vem ao longo de todos esses anos tomando medidas preventivas a fim de preservar e aprimorar as metas conquistadas. Estando pronto para cobrar que os contratos sejam seguidos na sua mais eficiente integridade, sem riscos para o erário público e, especialmente, para o bem estar da população”.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) protocolou no Tribunal de Justiça, no último dia 13 de janeiro de 2020, a sexta denúncia feita com base nas investigações da Operação Calvário. No documento, 35 agentes públicos, empresários e operadores financeiros são acusados de formarem uma organização que cometeu crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, através das atividades de organizações sociais (OSs) na saúde e educação do estado. A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e a Improbidade Administrativa (Ccrimp).