• sábado, 20 de abril de 2024

Completou no último dia 29 exatos 60 dias que o senador José Maranhão (87), do MDB, está internado na UTI na luta contra a Covid-19. O parlamentar passou mal logo após o segundo turno do pleito, em novembro do ano passado, e desde então enfrenta a batalha para se recuperar.

A desembargadora Fátima Bezerra, esposa do senador, publicou neste final de semana um texto que relata os momentos de espera pela recuperação do esposo em que relata emoção ao ver pequeno gesto que marca reação de Zé Maranhão no leito hospitalar

LEIA NA ÍNTEGRA:

60 DIAS A ESPERA DO MILAGRE:

Aconteceu e acontece todos os dias. Pessoas dizem que gostariam de dormir e só acordar quando esse ou aquele problema estiver resolvido.

Aprendi diferente em casa.

Temos que estar de olhos bem abertos para enfrentar as crises.

A primeira vez que vi uma vaca bem pertinho de mim, aos 16 anos, encantei-me com a doçura do animal: “Meu Amor, ela está sorrindo para mim”. Porque está lhe achando muito bonita, disse ele. E acreditei.

Depois, sem tirar o gracejo, explicou que vacas não riem, elas ruminam. Trituram, maturam para poder digerir.

Não são gulosas nem precipitados. Aguardam. E enquanto aguardamos as vicissitudes da vida, as coisas se encaixam. Tudo a seu tempo!

O campo ensina muita coisa. Inclusive, como agropecuarista, nunca suportou ver um animal morrer e jamais permitiu maus tratos com sua criação. Por isso, não aguenta participar de vaquejada.

Ontem à tardinha, com 100% de saturação e 13×7 de pressão, parecia que matutava. Lembrei- me dá paciência do gado no pasto.

Depois do banho realizado com maestria profissional de enfermeira e técnica, exclamei satisfeita ao vê-lo sentado na cama: que meninas zelosas!

Ele havia observado tudo e sentido o carinho com o qual fora tratado. Seus lábios estava cerrados, ele os abriu e os fechou duas vezes, e uma das enfermeiras, balbuciou admirada: “imagina senador”.

E nos disse com a voz embargada de emoção. É a primeira vez que um paciente sedado (mesmo com pouca sedação) me diz “obrigado”.

Como não valorizar um homem testado pela vida e ensinado pela natureza? Não serei a bela adormecida dessa sua história de vida, Meu Amor. Estarei atenta e como Joana D’arc, lutando por aquilo que eu acredito: no nosso milagre! Na sua recuperação!

Voltaremos a caminhar de mãos dadas pelo campo e continuarei sendo a sua eterna aprendiz!

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