• sexta-feira, 19 de abril de 2024

A política paraibana realmente não é para amadores. A coordenadora do livro Lawfare: O calvário da democracia brasileira, que tenta transformar bandidos em mocinhos e desqualifica a Operação Calvário, é uma militante ricardista. Trata-se de Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa, professora da UFPB.

A ligação com Ricardo Coutinho vai mais além. O esposo de Maria Luiza, Marco Aurélio Mayer Feitosa, foi designado para trabalhar na Procuradoria Geral do Estado no primeiro ano do governo de Ricardo Coutinho, 2011.

O livro – de qualidade duvidosa – tenta criar uma narrativa de que a Operação Calvário cometeu os mesmos erros da Lava Jato. Mas as diferenças são gritantes, além de respeitar o devido processo legal, a Calvário não tem um juiz como Sérgio Moro, muito menos como Deltan Dalagnol.

A Calvário também tem inúmeras provas, como a gravação do ex-governador Ricardo Coutinho cobrando propina de Daniel Gomes, ex-Cruz Vermelha, que desviava dinheiro da Saúde através dos hospitais públicos da Paraíba.

O diálogo nada republicano não constrangeu a doutora Maria Luiza, que continuou votando em Ricardo Coutinho para prefeito de João Pessoa.

Há também outras provas, como o vídeo do assessor de Livania Farias, Leandro Nunes, recebendo caixas de dinheiro no Rio de Janeiro. Como também a delação da própria Livânia confessando que levava caixas de dinheiro para o ex-governador na Granja Santana.

O Brasil não tem jeito, e por dois motivos: é o país da corrupção; e o país onde mais se passa pano para corruptos.

Políticos corruptos existem na esquerda e na direita, seja progressista ou conservador, porque a corrupção é inerente ao ser humano. Contudo, grupos que se apropriam da narrativa da esquerda, mas não o são, criaram um mantra para defender seus corruptos de estimação: Lawfare. A palavra é uma junção de palavras do inglês, law, ou lei, e warfare, ou guerra. O significado é claro, guerra jurídica.

O termo é utilizado para defender gente da qualidade de José Dirceu, e começou a ser empregado para livrar o PT no escândalo do Mensalão.

Essa turma que se diz de esquerda e progressista, mas defende gente que rouba dinheiro da Saúde, talvez não tenham percebido, mas ao tentar criar um narrativa favorável aos políticos corruptos estão fazendo um desserviço à democracia, dando argumentos para discursos fascistas. Porque é justamente no campo da impunidade que grupos da extrema-direita, como os bolsonaristas, tentam arregimentar as massas com discursos radicais e imediatistas, apostando na indignação popular.

É bom lembrar que a dita esquerda, o PT (não considero este partido como esquerda) contribuiu para o surgimento do fascismo bolsonarista a partir do momento que não resolveu em 13 anos (na verdade, piorou) o problema da violência, que também é um dos pilares de qualquer movimento fascista. Porque discursos armamentistas e ‘bandido bom é bandido morto’ só ecoam na sociedade quando a segurança pública falha. E falhou feio nos governos do PT.

Tentar fazer da Operação Calvário uma Lava Jato é mal-caratismo de gente que tem corrupto de estimação. Defender o ex-governador Ricardo Coutinho é o mesmo que defender Aécio Neves, Eduardo Cunha e Gedel Vieira.

Fonte: Politika.com.br

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