• terça-feira, 14 de maio de 2024

O programa Fantástico da TV Globo destacou ontem (19) o escândalo de corrupção que envolve a gestão do padre Egídio de Carvalho Neto no Instituto São José e no Hospital Padre Zé, em João Pessoa. A reportagem, que durou quase oito minutos, revelou desvios estimados em R$ 140 milhões e os impactos negativos causados aos mais necessitados.

A Globo expôs detalhes, como os valores dos cerca de 30 imóveis do religioso, incluindo a cobertura no bairro do Cabo Branco, onde o padre vivia, avaliada em R$ 2,4 milhões. Além disso, foram destacados gastos com obras de arte e aquisição de animais de alto valor, como os ‘lulus da Pulmerânia’, revelando uma vida de luxo supostamente financiada pelo dinheiro do Instituto São José.

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Ontem (19), o programa Fantástico, da Rede Globo, destacou o escândalo envolvendo o Hospital Padre Zé. O padre Egídio é acusado de desviar milhões da instituição filantrópica de 2013 a 2023, sendo um dos principais focos da reportagem.

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A chamada da matéria questiona: “Como agia o padre acusado de desviar milhões de um hospital e de projetos sociais?”. Revelações apontam que o religioso teria adquirido 29 imóveis em São Paulo, Pernambuco e Paraíba, totalizando R$ 34 milhões.

Padre Egídio de Carvalho está detido em um Presídio Especial no bairro do Valentina, em João Pessoa, desde sexta-feira (17). O juiz André Carvalho, em audiência de custódia, determinou a manutenção da prisão e o envio do religioso para uma unidade prisional especial devido ao seu curso superior.

Além do padre, as ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Amanda Duarte e Jannyne Dantas, também foram presas na mesma operação. Os três ex-membros da alta cúpula do Instituto São José enfrentam acusações de desvios que totalizam R$ 140 milhões.

Veja a matéria completa:

https://globoplay.globo.com/v/12127337/

Situação de penúria no Padre Zé

No Fantástico, em um dos trechos da matéria, foram exemplificadas situações que demonstram o estado de ‘penúria’ deixado pela administração de padre Egídio no Instituto São José e no Hospital Padre Zé: desde a falta de mantimentos dentro da unidade hospitalar a diminuição do projeto de distribuição de comida nas ruas para as pessoas mais carentes. 

“Estou mendigando remédios, insumo, alimento, frauda para os doentes”, disse em entrevista à Globo o novo gestor do Instituto São José, padre George Batista. Ainda segundo o religioso, após o ocorrido as doações ao instituto também diminuiram. 

Como exemplo, ele cita as ações de arrecadação durante o dia de finados. Segundo apurou a reportagem do ClickPB, em diversos cemitérios do estado a organização do instituto disponibiliza locais para doações. Em entrevista ao Fantástico, George Batista detalhou a queda no número de doações este ano.

“A arrecadação girava em torno de R$ 50, 60 mil reais. Arrecadamos R$ 13 mil”, citou. 

Falta de documentações

Na matéria da TV Globo, um dos entrevistados é Dennis Carneiro, promotor de Justiça do Gaeco. Ele cita a falta de organização nas documentações do instituto que mantém o Padre Zé. “O dinheiro transitava da forma que ele (Egídio) queria, da forma que ele queria. Isso tudo aliado a uma completa e absoluta desorganização documental. O Instituto São José tem quase nenhum documento patrimonial. De acervo, de estoque, nenhum”.

Em outro trecho ele detalha “O dinheiro transitava da forma que ele (Egídio) queria, da forma que ele queria. Isso tudo aliado a uma completa e absoluta desorganização documental. O Instituto São José tem quase nenhum documento patrimonial. De acervo, de estoque, nenhum”. 

Prisão

Como trouxe o ClickPB, na última sexta-feira (17) o  padre Egídio de Carvalho e as ex-diretoras do Hospital Padre Zé,  Amanda Duarte e Jannyne Dantas, foram presos pela Polícia Civil.
(17). Os mandados de prisão foram autorizados pelo desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba após recurso do Ministério Público da Paraíba.

Os desvios aconteceram entre 2013 e setembro deste ano.

Os atos ilícitos que são investigados são relacionados a desvios de recursos provenientes de programas sociais essenciais, como da distribuição de refeições a moradores de rua, amparo a famílias refugiadas da Venezuela, apoio a pacientes em pós-alta hospitalar, realização de cursos profissionalizantes, preparação de alunos para o ENEM, cuidados de pacientes com HIV/AIDS, entre outros. A investigação aponta ainda que os desvios comprometeram o atendimento a populações carentes e necessitadas atendidas pelo Hospital Padre Zé.

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